O mundo é uma grande descoberta. Se isso é válido para qualquer pessoa, imagina para as crianças, que vivenciam um período de inúmeras primeiras vezes. Com tanto a desvendar, toda interação e toda experiência podem ser momentos de aprendizagem. A questão, nas creches e pré-escolas, é como conduzir esse processo.
A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) coloca como norteadora a ideia de que a criança deve estar no centro do processo de aprendizagem, uma postura presente nas Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (DCNEI), de 2009, e que agora é aprofundada. Foi essa perspectiva – na qual o foco foi deslocado dos conteúdos curriculares para a criança – que determinou a elaboração de seis direitos de aprendizagem e cinco campos de experiências como estruturantes do novo documento.
“A Base propõe a criança como protagonista das vivências, explorações e brincadeiras, alguém que participa de forma ativa nas propostas, fazendo escolhas e tomando decisões”, diz Fernanda Arantes, professora do curso de Pedagogia do Instituto Singularidades e integrante do grupo de trabalho da Educação Infantil do Movimento pela Base Nacional Comum.
Mas quais são os direitos de aprendizagem? O que são e quais são os campos de experiências? Como alinhar esses conceitos e transpô-los para a prática? Responder a essas e outras perguntas é o desafio dos educadores para garantir a implementação de fato da Base. Para contribuir no esclarecimento desses questionamentos, Nova Escola, a Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal, o Instituto Singularidades e o Movimento pela Base Nacional Comum se juntaram para elaborar o curso Os campos de experiências na BNCC de Educação Infantil. “O objetivo é ajudar o professor a se apropriar do conteúdo da Base e conseguir, no seu planejamento, abranger o que está proposto no documento”, explica Fernanda, autora do curso.
Aprendendo com boas práticas
Toda a estrutura da Base de Educação Infantil é explicada no curso, com o diferencial de que ele está centrado na prática. Assim, será possível ter acesso a experiências de educadores da rede pública de São Paulo para poder verificar como direitos de aprendizagem, campos de experiências e objetivos de aprendizagem se relacionam e são aplicados no dia a dia. Serão mostradas e comentadas atividades para as três faixas etárias: bebês (até 1 ano e 6 meses), crianças bem pequenas (de 1 ano e 7 meses a 3 anos e 11 meses) e pequenas (de 4 anos a 5 anos e 11 meses).
“É uma oportunidade para o professor compreender se o trabalho que ele já realiza contempla esse novo olhar, no qual o foco da aprendizagem está na criança, ou se ele precisa mudar algo para poder se alinhar ao que a Base propõe”, diz Fernanda.
Gratuito e com duração de duas horas, o curso também pode ser realizado durante uma reunião pedagógica, proporcionando uma discussão coletiva entre gestores e professores. “Fazer de maneira conjunta estimula a troca entre a equipe e amplia os pontos de vista”, completa Fernanda.